segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Teoria Sobre a Construção das Pirâmides



FONTE: http://www.youtube.com/watch?v=AgiNky5KKJc

A Religião Egípcia

Origens e características:

As raízes da religião egípcias encontram-se nas aldeias neolíticas, anteriores à organização do Estado. Como a maioria dos povos primitivos, os primeiros egípcios tinham uma atitude de respeito em relação aos fenômenos da natureza- o Sol, a Lua, o Nilo - e às características marcantes dos animais - a ferocidade do leão, a força do crocodilo, etc. As primeiras divindades que surgiram eram quase sempre representadas sob a forma de um animal. Os egípcios veneravam especialmente o Sol: devem ter percebido que a vida depende dele e o adoravam sob vários nomes e diversos cultos. À medida que foram aprendendo a dominar a natureza, passaram a valorizar as qualidades humanas e o antropomorfismo - concepção dos deuses sob a forma humana - apareceu na religião egípcia, algum tempo antes do advento da primeira dinastia.

Os egípcios eram politeístas. Cada nomo possuía o seu próprio deus, - senhor do lugar -, freqüentemente associado a um animal, enfeixando atribuições e poderes diferentes. Apenas as cerimônias do culto, executadas pelos altos sacerdotes, eram semelhantes para os diversos deuses. Quando uma cidade se tornava importante politicamente, o deus local tendia a aumentar de prestígio e o seu culto crescia. Assim ocorreu com o deus Ra de Heliópolis, o Ptah de Mênfis, o Hórus-Falcão do Delta, o Amon-Ra de Tebas, o Ibis-Tot de Hermópolis. 



 

A religião influenciava profundamente a vida dos egípcios. Consideravam que os menores detalhes de seu quotidiano e tudo que os cercava das cheias previsíveis do Nilo à morte acidental de um animal dependia inteiramente da disposição dos deuses.

Principais crenças

Entre as principais crenças religiosas egípcias, sobressaiu-se a do deus Sol, que foi durante vinte séculos o culto oficial da monarquia faraônica. Ao lado dele, os mitos mais importantes foram os de Osíris, Ísis e Hórus, favoritos da devoção popular. Os cultos do Sol e das demais divindades estavam vinculados à importância da agricultura e das cheias do Nilo, das quais dependia a vida das aldeias.

O culto solar, elaborado em Heliópolis ( Cidade do Sol ), reconhecia o Sol -denominado Ra -como divindade suprema e criadora do Universo. Era chamado também de Kopri (sol da manhã), e de Atum (sol da tarde). Esse culto fundiu-se com o de Amon de Tebas, daí Amon-Ra.

HINO AO DEUS RÁ (O SOL): "Que belo é teu levantares-te no horizonte do céu, ó Rá (Sol), iniciador da vida! Quando te arredondas no horizonte, enches a terra de tuas belezas: és encantador, sublime. Quando repousas no horizonte ocidental, a Terra fica em trevas, como morta... Mas a aurora vem, tu despontas no horizonte, irradias como Disco do dia, as trevas dissipam-se... As Duas-Terras do Egito põem-se em festa... Todos os animais se alegram, as árvores e plantas crescem, as aves voam de seus ninhos, com as asas abertas em adoração do teu Ka... Tu criaste a Terra segundo o teu coração, com os homens e os animais, tudo que na Terra existe..., os países estrangeiros..., a terra do Egito... Tu crias o Nilo no mundo inferior e os fazes sair à superfície da terra, onde queres, para alimentar os homens do Egito... e também puseste o Nilo no Céu, para que desça aos povos afastados, para regar seus campos, suas regiões, de que eles vivam... (Texto do 2º milênio a. C., in A. Moret, O Nilo e a Civilização Egípcia , citado por: FREITAS, G. de. 900 Textos e documentos de História. Antiguidade e Idade Média. Lisboa, Plátano, 1975, v. l, p. 78.

O MITO DE OSÍRIS: O deus Osíris era um grande rei, que sucedera a seu pai Geb (a Terra); de parceria com sua mulher; a deusa-mágica Ísis, ensinou aos homens a agricultura, inventou o pão, o vinho e a cerveja (elementos essenciais da alimentação do povo egípcio), revelou-lhes a metalurgia. Mas seu irmão Tifão ou Sete mata-o: afoga-o no Nilo, corta-o em pedaços, que espalha pelos canaviais. Então Ísis procura, recolhe e reúne os membros esparsos refaz o corpo (como múmia) e, usando da sua ciência mágica, ressucita Osíris, que viverá agora eternamente, mas no Céu. Vingando-o, seu filho, o deus Hórus, combate e vence Sete e sucede ao pai no trono do Egito. Dele recebem em herança este reino os reis humanos -os faraós-que assim têm caráter divino. A SIGNIFICAÇÃO DO MITO OSIRIANO: Este mito, não só procura explicar a ascendência divina dos faraós, como, sobretudo, exprime no drama de Osíris, ao mesmo tempo deus da vegetação e divinização do Nilo, o mistério do nascimento das plantas e seus frutos, e depois o da sua morte, quando, na mesma ocasião em que a cheia do Nilo acaba, o vento ardente do deserto (Sete ou Tifão) sopra, e as espigas de trigo ceifadas são batidas, para se separar o grão, de que uma parte, pela sementeira, volta à terra sua sepultura, quando o rio tiver outra vez fecundado o solo (tiver também ressuscitado), para renascer em novas espigas... (FREITAS, G. de., op. cit. V. 1, p. 47/48)
 
A lenda de Osíris, que conta a morte e ressurreição do deus, está intimamente ligada à vida política e sócio-econômica do Egito. Através dela, podemos obter dados sobre a unificação do Sul e do Norte, o plantio do trigo, a importância do Nilo e a origem do poder divino do Faraó.

O Faraó era a encarnação do deus e o sumo sacerdote, sendo o seu poder praticamente absoluto, porque exercido em nome do deus. Daí o Egito ser considerado uma monarquia despótica de origem divina. O templo egípcio, construído em pedra, não era um lugar à disposição do povo. Era a habitação privativa da divindade, ao qual somente o Faraó e os sacerdotes tinham acesso.

O culto diário consistia em preces, gestos consagrados, hinos e defumações de incenso, realizados pelos sacerdotes, como delegados do Faraó, em teoria o único habilitado a estabelecer a ligação entre os homens e os deuses. Pela manhã e à tarde, a porta do santuário localizada no interior do templo era aberta e a estátua do deus era reverenciada, lavada e vestida, recebendo oferendas de alimentos e bebidas. Em todos os santuários eram feitos os mesmos atos. Ao povo somente era permitido fazer suas oferendas e adorações na parte externa dos templos.

As crenças sobre a vida depois da morte fizeram dos túmulos egípcios, principalmente as pirâmides, túmulos dos faraós, os mais ricos da história humana em oferendas enterradas com os defuntos e em pinturas retratando a vida quotidiana. A crença na ressurreição do corpo conservado gerou a prática da mumificação por processos muito desenvolvidos e até hoje não inteiramente conhecidos.

O EMBALSAMENTO DE RICO: "Primeiro, com a ajuda de um ferro curvo, extraem o cérebro pelas narinas... Em seguida, com uma pedra cortante, fazem uma incisão no flanco e retiram os intestinos, que limpam e purificam com vinho de palmeira e purificam uma segunda vez com arômatas moídas. Depois, enchem o ventre de mirra pura triturada, de canela e de todos os outros arômatas, com exceção do incenso e cosem. Feito isso, salgam o corpo cobrindo-o de natrão (carbonato de sódio natural) durante 70 dias... Lavam o corpo, enrolam-o todo em faixas de linho fino, com uma camada de borracha (como cola)... Metem o morto num estojo de madeira em forma de figura humana... que guardam no interior de uma câmara funerária...

O EMBALSAMENTO DE POBRE: Desinfetam os intestinos... metem-no no sal durante 70 dias; entregam o corpo. (Heródoto, in: FREITAS, G. de, 900 Textos e Documentos de História. Lisboa, Plátano, 1975, v. 1, p. 49.

Enormes recursos e trabalhadores foram recrutados no Egito, na construção de templos e pirâmides paraperpetuar os Faraós, suas realizações e feitos, mesmo que isso significasse o trabalho compulsório de grande parte da população, não beneficiária desses momentos. A cada ano, os sacerdotes realizavam cerimônias para garantir a chegada da inundação, e o rei agradecia a colheita solenemente às divindades adequadas. Os deuses eram consultados para solucionar problemas políticos e burocráticos, bem como os de caráter familiar. A religião penetrava, pois, em todos os aspectos da vida pública e privada dos antigos egípcios, tornando-se a base do poder do Faraó ( Senhor da Casa Grande) e marcando profundamente a sociedade, a política, a economia, a medicina, as letras e as artes.

ESCRITA, LITERATURA, CIÊNCIAS E ARQUITETURA

A escrita hieroglífica, inventada em fins do período pré-dinástico e aperfeiçoada sob as primeiras dinastias, foi utilizada até o fim da Antiguidade. Consistia numa combinação de ideogramas (sinais que representam idéias) e fonogramas (sinais que representam sons). Deu origem a duas outras escritas mais simplificadas e mais próprias a serem grafadas no papiro: o hierático e o demótico. A escrita hierogrífica foi decifrada pelo francês Champollion, em 1822.

Os textos egípcios que se conservaram são predominantes religiosos e funerários - textos das pirâmides, textos dos sarcófagos, Livro dos Mortos (coletânea de ensinamentos de como proceder na vida de além-túmulo e durante o julgamento de Osíris), hinos a diversas divindades, inscrições que se referem aos mitos e rituais divinos, além de romances, poesias líricas, sátiras, tratados técnicos, etc.

A ciência egípcia consistia em conhecimentos práticos diversos como receitas de medicamentos, fórmulas geométricas e trigonométricas para a agrimensura ou para a construção. A numeração era decimal, mas não usavam o zero; conheciam a soma e a subtração. O calendário, ao mesmo tempo solar e lunar, estabeleceu-se cedo, através da observação da coincidência eventual do aparecimento conjunto do sol e da estrela Sírius. Os médicos egípcios eram famosos na Antiguidade e a prática da mumificação levou a uma acumulação de conhecimentos sobre anatomia. Não obstante, a medicina, a astronomia e os outros ramos da ciência estavam profundamente penetrados de magia e de religião.

A arte egípcia preocupou-se em expressar a riqueza e o poder dos governantes, destacando-se a arquitetura monumental, a decoração de templos e túmulos com relevos, pinturas e estátuas, a confecção de vasos de pedra e a ourivesaria.

A arquitetura era sólida, de proporções colossais, tentando expressar toda a força e poder da monarquia. Os exemplos mais conhecidos são as pirâmides (características do Antigo Império), destacando-se as dos faraós Quéops, Quéfren e Miquerinos; a Esfíngie, gigantesca estátua com corpo de leão e cabeça humana, cuja construção é atribuída a Quéfren; os templos de Luxor e de Carnac, erguidos no Novo Império. Além das pirâmides, a arquitetura funerária criou outros tipos de túmulos: as mastabas, de forma trapezoidal e os hipogeus, tumbas subterrâneas cavadas nas montanhas.


FONTE: http://www.miniweb.com.br/historia/artigos/i_antiga/religiao_egito.html

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A Revolta do Quebra Quilos e sua repercussão na cidade de Caicó (RN)





Em 1670 o padre Gabriel Mouton, que era matemático,  inventava na França um novo sistema de pesos e medidas que iria nos séculos seguintes se espalhar por todo o mundo, inclusive para o Brasil. A invenção desse novo sistema irar confrontar com as culturas existente em vários lugares nos quais ele será implantado. Na própria frança, inclusive, os novos modos de pesar e de medir só serão implantados cem anos depois, sob os cuidados do rei Napoleão para não provocar choques na população.

No Brasil, a lei que criava um novo sistema de pesos e medidas foi assinada em 26 de junho de 1862 pelo Imperador D. Pedro II e por João Luís Vieira Cansansão, Visconde de Sinimbu, Ministro da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. A nova lei teria, a partir da data citada, 10 anos para que pudesse haver a devida adaptação da população e do comercio brasileiro.

Mesmo tendo um prazo de 10 anos para que a nova lei entrasse em vigor vários seguimentos da sociedade mostraram-se descontente, alegando dificuldade para adquirir os instrumentos necessários, como pesos e balanças. Havia também explicações religiosas para contesta a nova lei, pois, alguns afirmavam que os pesos eram invenções do demônio para oprimir os pobres e favorecer ainda mais os ricos. No entanto, proprietários de terras e muitos comerciantes considerados ricos também condenavam a mudança.

A lei estabelecia punições para os que descumprisse. Inicialmente era atribuído pena de prisão de até um mês e multa de 100 mil réis para os que não cumprissem a referida lei.
Essa insatisfação atingia principalmente os nordestino, fazendo com que a partir de 1872, data em que a lei passa a vigorar, estourasse uma serie de revolta que se estendeu por uma prazo em torno de dois anos.


O Reação do Nordeste ao novo sistema de peso e medias


Cinco estados nordestino registram acontecimentos relacionados com o fato histórico que ficou conhecido como revolta do Quebra Quilo: Pernambuco, Paraíba,  Alagoas, Rio Grande do Norte e Ceará.

Segundo nos conta o historiador Muirakytan K. de Macêdo, a lei que mudava as formas de pesar e medir no Brasil não foi a causa única do Quebra Quilos, mas, isso sim, o cumulo de uma serie de medidas que prejudicavam os nordestinos. A esse respeito Macêdo nos relata que:

vilas inteiras do Norte rebelaram-se contra a implantação de um novo sistema métrico, saqueando feiras e destruindo pesos e medidas do comércio. Os pesos e medidas eram alugados ou comprados à Câmara Municipal, que cobrava ainda por sua aferição. Um dos impostos que provocaram a ira dos revoltosos foi o chamado "imposto do chão", cobrado àqueles que expunham suas mercadorias no chão da feira. Na verdade, não podemos reduzir essa sedição somente à insatisfação contra a imposição do novo sistema de mensuração das mercadorias. O Quebra-Quilos foi a gota d’água entornada no caldeirão de novos impostos e novas regras de recrutamento - dizia-se na época que não escapariam do "voluntariado" militar nem as pessoas de posses. Por essas razões, juntavam-se na mesma turba de revoltosos, comerciantes, elementos da camada proprietária, pequenos agricultores que vendiam sua produção semanalmente na feira e consumidores atingidos com a elevação de preços dos produtos.


Desorganização, ausência de lideres e heróis, dão ao Quebra Quilos característica de banditismo e Violência.


Segundo a opinião da historiadora Ariane Norma de Menezes Sá a revolta do Quebra Quilos pecou pela desorganização, pois, diferente de outras rebeliões ocorridas no período imperial, faltava a presença de lideres, a definição de objetivos a serem alcançados, uma proposta política de mudança social. O acontecimento tratava-se, partindo da visão de da mencionada historiadora, de bandos de nordestino armados improvisadamente que, movido por uma grande insatisfação com as medidas do governo, promoveram ações de furtos e violência. Sobre isso, Meneses Sá nos diz que a Quebra-quilos eram:


bandos de homens armados com foice, cacete e bacamarte, sob o comando de chefes eventuais, cujo número apresentado pela documentação variava de 30 a 600, entravam em assaltos nas mais diferentes localidades (termos, comarcas, vilas e cidades), nos dias de feiras semanais


A revolta teve inicio de modo semelhante em todas as localidades por onde ocorreu. Manifestantes enfurecidos invadiam as feiras municipais e os estabelecimentos comerciais destruindo os sistemas de pesos e medidas que encontravam pela frente.


O quebra Quilos em Caicó (RN)
                                                        Praça da liberdade

Na província do Rio Grande do norte houve revolta em 13 província das quais 5 eram da região Seridó: Acari, Currais Novos, Flores, Jardim e Príncipe (atual Caicó).

Em Caicó o palco principal do Quebra Quilos foi a atual Praça da Liberdade ( ou Senador Dinarte Mariz), aonde na época estava localizado o mercado publico e a feira da cidade.

Os manifestantes invadiram os estabelecimentos comerciais e apreenderam vários pesos metálicos.Em seguida, os manifestantes dirigiram-se para o poço de Santana aonde os pesos foram atirados.
                                           Poço de Santana

Repressão aos Revoltosos


O governo imperial tratou logo de persegui e reprimir  os manifestante. Os prisioneiros foram obrigados a pagar os pesos e balanças que quebraram. Além disso, sofreram torturas das quais se destaca a que ficou conhecida como método do colete de couro, no qual uma vez vestido com esses coletes os prisioneiro passavam a ser molhados. O couro molhado encolhia, espremendo o tórax do cidadão, deixando-o quase sem ar.

Mais uma vez as reivindicações sociais no Brasil Imperial era resolvido por meio da força, da violência física, enquanto a população, em particular a do nordeste, era forçada a acatar a vontade do tirano e a permanecer, ordeiramente, em estado de miséria.



Sites e Blogs pesquisados:





Considerações sobre as origens de algumas representações acerca do espaço seridoense

Quando se fala em Seridó, ainda hoje, logo se associa esse espaço a imagem do vaqueiro, dos currais de gado, vaquejadas, das plantações de algodão, da carne de sol. O que explica essas associações que mesmo na realidade atual, na qual se tem consciência da falência da economia algodoeira e das dificuldades dos criadores de gado em dar continuidade a essa atividade econômica, continuam a povoar as representações  que se tem do Seridó.

Olhando um pouco em direção a história do surgimento das cidades seridoenses iremos vislumbrar, por volta do século XVI,  famílias se instalando próximo a alguma fonte de água como rios, poços e lagos para se fixarem em currais de gado. Foi próximo a essas fazendas que surgiram capelinhas, povoados e cidades ribeirinhos.

É nesse passado do Brasil colonial que irar surgir espaços no Seridó voltados para a criação de gado, povoações e cidades que serviam como locais de pouso para vaqueiros e para o gado que eles transportavam para serem comercializado e outras localidades da capitania do Rio Grande ou de outros estados do nordeste.

Será a criação de gado no Seridó que irar abastecer o Rio Grande e outras capitanias nordestinas de gado para força motriz nos engenhos, para produção de carne seca, carne de sol, além de utensílios e vestimentas de couro (como gibão, sela de cavalo, chapéu) que serviam para proteger o vaqueiro da mata fechada e cheio de espinhos que caracteriza a caatinga, que é a vegetação da região.

Assim, nos arredores dessas fazendas de gado, oficinas de carne seca, de carne de sol e de fabricação de couro irão surgir Caicó, Currais Novos, Jardim de Piranhas e tanta outras cidades seridoenses.

Outro importante  produto econômico do nosso estado dos idos da época colonial foi o algodão. O nordeste brasileiro, com destaque para o Seridó, tinha clima e solo adequado para a produção do algodão arbóreo (conhecido como mocó), que além de se tratar de uma planta nativa das América se destacava pelo fato de o seu plantio poder ser conciliado com outras atividades econômicas, como a criação de gado e o cultivo de milho, feijão e mandioca.

Alguns fazendeiros tinham maquinas bolandeiras, utilizadas para descaroçar o algodão; aqueles que não possuíam vendiam o seu algodão  para aqueles que possuíam. Nas cidades alguns comerciantes passaram a se dedicar a atividade algodoeira investindo em industrias de beneficiamento de algodão, vendendo tanto para o exterior como para os estados de São Paulo e Rio de Janeiro que no século XVIII já possuíam algumas industrias têxteis.

O crescimento da economia algodoeira no Seridó deve-se expansão da industria têxtil na Inglaterra no século XVIII; a guerra civil norte americana (1860); a seca de 1877/79 que fez com que em razão da elevada mortandade do gado os fazendeiros passassem a priorizar a produção algodoeira; a primeira e a segunda guerra mundial, que fez com que o governo brasileiro incentivasse a substituição de produtos importados.
 
Inicialmente o caroço do algodão servia como complemento da alimentação do gado. Com a modernização da economia, o surgimento de maquinas e técnicas para esmagar o caroço do algodão começou a surgir, a partir do século XX, varias indústrias de óleo e farelo a base dessa matéria prima.

A partir dessas inovações tecnológicas ocorridas no beneficiamento do algodão, o descaroçamento, a fabricação de óleo e farelo vão, gradativamente, tornarem-se atividades exclusivas de industrias instaladas nas cidades.

O desenvolvimento da economia algodoeira fará do Seridó uma região de atração populacional, estimulando o desenvolvimento do comercio, da infra estrutura, a geração de emprego e renda, o crescimento das cidades e dando aos políticos do Seridó uma significativa importância na política do estado. No entanto, está realidade passará por mudanças a partir da década de1950, quando o setor algodoeiro começa a entrar em crise.

Percebe-se que mesmo que o algodão não seja mais um produto de peso na economia seridoense e que a atual falta de incentivos aos criadores de gado dificulte a continuidade dessa atividade, o passado glorioso propiciado pelas historias dos vaqueiros, dos mitos acerca dos surgimento das cidades , além da geografia ostentadora de riqueza  e poder do algodão faz com que a imagem do Seridó e do seridoense não se desprenda da memória e dos registros daquele tempo.